Metáfora poesia pintura


Foto: Mayara Silveira

A IMAGEM ACIMA É O RESULTADO DE UMA ATIVIDADE DA ESPECIALIZAÇÃO EM ARTES VISUAIS, SEGUE A PROPOSTA DA ATIVIDADE:

Agora, desenvolva um trabalho tomando como ponto de partida uma questão relacionada ao corpo (...). Reflita: que significados você atribui ao corpo? Pense na importância do corpo nas artes visuais, não somente como tema e objeto, mas também como núcleo sensorial que propicia todas as nossas experiências espaciais e temporais.
Para realizar seu trabalho, você pode empregar quaisquer recursos ou linguagens e, se quiser, pode interpretar uma dessas sugestões: 
(...)
os sentidos (tato, olfato, audição, paladar, visão); 
(...)
os discursos e valores culturais relacionados ao corpo, suas imagens e representações; 
Seu trabalho terá como referência um grupo de três a cinco obras, (...) Defina a sua questão a partir de diálogos com essas obras de referência e prepare a sua apresentação visual (...)

E O CONCEITO

A proposta é uma apropriação da fotografia do ensaio intitulado “Alma não tem cor”, 2011, de Mayara Silveira. Cujo trabalho consiste em explorar a diversidade étnica e exaltar a beleza feminina em um contexto contemporâneo. Pra isso, Silveira utilizou tintas sobre o corpo nu das modelos antes de realizar os registros fotográficos.

A imagem base escolhida para a atividade, foi a da atriz Cris Leandro. Com a intenção de trabalhar o corpo enquanto suporte visual metaforizando-o com uma tela, e utilizar para isso outra linguagem, a escrita manual.

A ideia é resignificar a imagem, (e não só ela, mas o CORPO) captando alguns de seus aspectos, e atribuindo-lhe mais uma linguagem, a escrita manual de uma poesia. Contudo a semântica do poema é que confere o sentido pretendido, que é perceber o corpo enquanto representação de uma tela de pintura, não apenas pela prática de jogar tinta sobre ela(e), mas de estabelecer uma metáfora poética (e literária) com o auxílio da escrita manual sobre a fotografia. A profusão de linguagens artísticas que incidindo sobre o corpo, provocasse uma enxurrada sensorial a partir das artes visuais.

POEMA:

No tatear do artista
Os dedos encontram um desejo...
A mão roça a pele da tela...

O som vestigia os silêncios...
Um roçado nas intenções
Excita as pinceladas...

E dentro já não cabe o espaço...
Só a atmosfera em inspiração
Enormece o corpo humano...


O olhar apalpa a superfície e
Escorre em desejo a intenção
e percorre sinuosa a simbiose... 

leve... firme... indo e volta
forte... quente, indo envolta
envolve... arranha, ind evolta
revolta... rasga e roça... indoesobe
agarra... voa, volta e bota
revida a volta... se entrega... E solta...

Se perde e goza!